Um levantamento realizado pelo portal UOL, publicado no domingo (3) mostra que nas eleições municipais de 2020, candidataram-se 1.642 servidores públicos – 95 dos quais tiveram sequer um voto ou não tiveram votos para se eleger, mas obtiveram licença para buscar apoio dos eleitores.
A informação foi obtida a partir de dados públicos divulgados pela Justiça Eleitoral.
A legislação eleitoral dá ao servidor público a prerrogativa (ou seria privilégio?) de se afastar do trabalho para disputar a eleição, mantendo integralmente os seus vencimentos, enquanto durar a campanha.
Em 85 cidades de 19 estados pelo menos um servidor candidato a vereador não teve voto algum, informa o site UOL. No Paraná, três servidores, candidatos em cidades diferentes, ficaram com zero voto, ou seja, nem eles próprios votaram em si.
No município maranhense de Bom Jesus das Selvas (MA), três servidores municipais, todos professores, se licenciaram para disputar vagas na Câmara Municipal. Todos pelo mesmo partido, o PRTB.
Na cidade baiana de Ibicaraí (BA) registraram-se pelo menos dois funcionários municipais sem nenhum voto para vereador. Os servidores concorram pelo PSDB e receberam pelo menos R$ 1 mil por mês enquanto estiveram licenciados.
Os candidatos podem responder a processo por improbidade administrativa e até pelo crime de estelionato. Essa não é a primeira vez que o país registrou um número tão grande de candidaturas suspeitas. Em 2014, por exemplo, o Ministério Público Federal chegou a abrir investigação contra 1.463 servidores públicos.
Dê sua opinião: